Ciclos de crescimento económico

  • Os ciclos económicos são flutuações do produto, do rendimento e do emprego nacionais totais, com uma duração habitual de 2 a 10 anos, caracterizada pela expansão ou contracção generalizadas na maioria dos sectores da economia.
    Samuelson & Nordhaus
Para Joseph Schumpeter a razão para as economias saírem do seu estado de equilíbrio é a inovação tecnológica, pois em resultado desta os recursos deverão ser afectos às novas actividades e desinvestidos das actividades ultrapassadas, num processo que denominou de destruição criadora.

A imagem seguinte - criada para os EUA - mostra que as tecnologias demoram cada vez menos tempo até serem objecto de consumo por uma larga percentagem das famílias.

Na imagem abaixo representam-se os ciclos de Kondratieff, estimados para os Estados Unidos (a azul) e a evolução do PIB (a vermelho).

Fonte da imagem: http://pt.scribd.com/doc/20345280/CICLOS-DE-KONDRATIEFF

Provavelmente a economia não apresenta a regularidade sugerida pelos teóricos dos ciclos económicos, mas a observação dos ciclos económicos é uma ferramenta fundamental da análise económica. Abaixo sintetiza-se a evolução da economia americana de 1920 a 2005.



Distinguem-se num ciclo económico:

- Recessão é um período contínuo de declínio do produto (Contracção), do rendimento e emprego totais, normalmente perdurando 6 meses a 1 ano e caracterizado pelas contracções alargadas a muitos sectores da economia;

- Depressão ou Contracção é uma recessão importante, tanto na intensidade como na duração;

- Expansão é a fase ascendente da Baixa até ao Pico. Ocorre quando o crescimento ultrapassa a tendência;

- Recuperação ou Retoma ocorre igualmente na fase ascendente (Expansão), mas o crescimento fica abaixo da tendência;

- Pico ou Boom, ponto máximo do ciclo, marca o final da expansão e o início da recessão;

- Baixa ou Trough, ponto mínimo do ciclo, marca o final da recessão e o início da expansão;

- Ciclo económico completo é o período entre dois pontos de viragem superiores ou inferiores (Boom ou Trough) consecutivos.

Algumas das características habituais de uma recessão podem apontar-se aos seguintes níveis:

Consumo e produção
As compras dos consumidores reduzem-se acentuadamente, enquanto que as existências em armazém aumentam inesperadamente. As empresas reagem cortando a produção, e o PIB real cai. Pouco depois o investimento das empresas em edifícios fabris e equipamentos também se reduz acentuadamente.

Emprego
A procura de trabalhadores cai: redução de horários, seguida de dispensas temporárias e de maior desemprego.

Inflação
Com a redução do consumo a inflação abranda. É pouco provável a redução de salários e do preço dos serviços mas tendem a aumentar menos rapidamente nos períodos de retracção económica.

Lucros
Os lucros das empresas reduzem-se acentuadamente. Numa antecipação, as cotações das acções normalmente entram em queda quando os investidores sentem o cheiro de uma retracção económica. Contudo, devido à redução da procura de crédito, as taxas de juro geralmente também diminuem durante as recessões.

As expansões são as imagens simétricas das recessões, em que cada um dos factores acima descritos funciona no sentido inverso.

Crise, recessão e depressão são conceitos que importa distinguir.
Crise é o momento em que o ciclo de crescimento se inverte, podendo iniciar-se uma fase de recessão.

Recessão é um período contínuo de declínio do produto real.

Recessão técnica é um período contínuo (de dois trimestres) de declínio do produto real.

Depressão é uma recessão grave (profunda e prolongada).

Com imaginação é possível traçar uns ciclos dentro de outros, mas ficaremos apenas com as suas designações e durações aproximadas.

Utilizando dados do Gapminder - GDP/capita (US$, inflation-adjusted) -, o Gráfico abaixo ilustra bem que o PIB per capita português, embora vá crescendo, vai permitindo que muitos dos seus parceiros comunitários se distanciem cada vez mais:

Continuando a utilizar os mesmos dados, abaixo se evidencia o comportamento da economia portuguesa a longo prazo, utilizando uma recta de tendência.

A recta de tendência do Excel mostra-nos uma recta de regressão do tipo y = a + bx
Utilizando essa recta de regressão podemos calcular os valores estimados do PIB per capita.
Calculando a diferença percentual entre os valores observados e os estimados poderemos concluir se os ciclos das economias se apresentam sincronizadas, como no exemplo entre Portugal e Espanha...
... ou dessincronizadas, como no exemplo entre a Alemanha e o Reino Unido:
Estes resultados podem ser conferidos no estudo de Alexandra Ferreira Lopes.

1. Descreve a as características habituais da fase de expansão do ciclo económico, nos seguinte aspectos:
a) Consumo e produção;
b) Emprego;
c) Inflação;
d) Lucros.

2. Identifica a designação e duração dos ciclo económicos mais comummente referidos.

3. Representa num gráfico a evolução do PIB per capita português e assinale no mesmo alguns acontecimentos da história económica. Backup

4. Escreve cerca de 50 palavras sobre a história de uma tecnologia à tua escolha.


Daqui para baixo utilize os dados do indicadot GDP/capita (US$, inflation-adjusted), em http://www.gapminder.org/data/
5. Confere a sincronização cíclica entre Portugal e Espanha. (FICHEIRO DE AJUDA)


6. Confere a dessincronização entre a Alemanha e o Reino Unido, realizando os cálculos descritos na questão anterior.

7. Investiga a sincronização entre as seguintes economias:
a) as atribuídas ao seu blogue; e
b) as atribuídas ao blogue seguinte (linha abaixo).

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